Tannhauser e Vénus, Sandor Mayer Liezen, 1875
A possibilidade do renascimento de uma cultura trágica na sociedade do seu próprio tempo foi uma das perspectivas fundamentais do pensamento de Wagner quando escreveu A Arte e a Revolução(1849), A Obra de Arte do Futuro(1849) e Ópera e Drama(1851). Wagner cultivou nesssa época uma visão mais pragmática da arte, associada a um projecto de transformação política e de superação do cristianismo. No entanto, a partir de 1854, inspirado por Schopenhauer, Wagner passou a considerar a arte de um ponto de vista metafísico, lugar de uma ascese e exercício de resignação e renúncia, bem como possibilidade de acesso a um mundo superior e supra-sensível. Em 1870, registou no seu ensaio Beethoven essa nova perspectiva téorica. A arte, que até então tinha se revelado uma actividade naturalmente relacionada com a política e a revolução, passa a ser intuída como uma forma idealista de redenção em relação ao mundo...
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