quinta-feira, 13 de maio de 2010

O «camp» em Sansão e Dalila

Victor Mature e Hedy Lamarr em Sansão e Dalila

Hoje, em tolerância de ponto, dedico um bocadinho do meu tempo a DeMille e volto ao genial filme de 1949, Sansão e Dalila. O sucesso de Sansão e Dalila foi retumbante na sua época e as principais produtoras colocaram logo nos seus calendários a produção de um filme bíblico . O filme marcava a irrupção de símbolos corporais tão fortes que o papel e o visual de Victor Mature se constituiu como referente longínquo de todo um género de filmes que fizeram sucesso décadas mais tarde: as séries Rambo e as séries dos super-heróis, nos anos 70 e 80 filiam-se em boa parte em Sansão e Dalila. Não é excessivo afirmar que o desempenho de Mature em Sansão e Dalila o transformou num objecto excessivo e artificial tão marcante que, como se sabe, não passou despercebido a Susan Sontag. Ao referir-se à «exaggerated he-man-ness» de Sansão, Sontag viu nele um exemplo acabado de camp.

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