segunda-feira, 31 de maio de 2010

DeMille e Alma-Tadema

Sir Lawrence Alma-Tadema, The Finding of Moses, 1904

Sir Lawrence Alma-Tadema (nasceu em 1836, Dronrijp, Países Baixos; faleceu em 26 de junho de 1912, em Wiesbaden, na Alemanha; belga com cidadania inglesa) - Várias vezes citado como fonte explícita na obra de Cecil B. DeMille, Alma-Tadema é um caso singular quando nos referimos à representação do mundo antigo. Podemos ficar com uma ideia visual razoável da sua obra em: http://www.artrenewal.org/pages/artist.php?artistid=8

DeMille e Gustave Doré

Gustave Doré (1832-1883), A Praga da Escuridão

Duas referências wagnerianas: Goethe e Schiller

Goethe e Schiller, em Weimar

sábado, 29 de maio de 2010

DeMille: The Greatest Show on Earth

Embora não faça parte do corpus que estou a estudar, este é um dos meus filmes favoritos de Cecil B.DeMille. Nesta obra, o realizador mergulhou no universo circense e introduziu Charlton Heston como Brad Braden, emblemático proprietário dum grande circo ambulante. Cornel Wilde é o Grande Sebastian, um lendário trapezista que rivaliza com Braden pela conquista de Holly (Betty Hutton). Ao lado do trio protagonista contracena uma dupla mais sombria: o palhaço Butons (James Stewart), ex-médico procurado pelo assassinato da mulher, e Klau (Lyle Bettger), um domador de elefantes sádico. Entre a apreensão e euforia, os artistas erguem e reerguem o espectáculo em cada cidade, e a narrativa é esplêndida. O filme recebeu dois óscares, o de melhor argumento e, precisamente, o de melhor filme de 1952.

Wagner e Dresden

Em 2 de Dezembro de 1822 Wagner foi estudar para a Kreuzschule e cantou no Coro de St. Cruz. Aí foi seduzido pelo mundo da ópera. Mais tarde saiu de Dresden, e só voltou no início dos anos 40. Dresden encontra-se indissociavelmente ligada à personalidade de R. Wagner.

Wagner - Biografia


Diz Pacheco Pereira no seu blog ( Abrupto): « Já tinha anotado aqui este livro de Joachim Köhler/Stewart Spencer, Richard Wagner. The Last of the Titans, mas agora, que já o li , insisto porque vale mesmo a pena. A narração da vida de Wagner, entrelaçando os fios da sua permanente agitação interior, mulheres, leituras, ego, política, lugares, com o seu programa estético resulta num quadro que nos dá a respiração wagneriana quase sem fôlego. Vemos as cenas: Wagner, no seu palazzo veneziano, frio, húmido, quase sem dinheiro, sofrendo de um quisto numa perna, tendo acabado de romper com Mathilde Wesendock, lendo Schopenhauer e começando o Tristão e Isolda. Ou a morte de Wagner, que Köhler trata quase sem pormenores, nem drama, com Wagner contorcendo-se subitamente com falta de ar, perante uma aterrorizada criada e depois morrendo diante de Cosima, que o mandou enterrar na parte de trás da casa, onde já estavam enterrados os seus cães, “para o manter sempre debaixo dos seus olhos”.

domingo, 23 de maio de 2010

A «nazificação» de Richard Wagner e do Festival de Bayreuth

Hoje, Domingo, publico aqui um artigo interessantíssmo, de Mário Vieira de Carvalho, de 25/01/1985, que o colega Vítor Santos me enviou, e que é uma breve reflexão sobre o período de «nazificação» da obra de R. Wagner e do Festival de Bayreuth, na época em que o festival foi precisamente dirigido por Siegfried ( filho de Wagner) e Winifried. Obrigada, Vítor!
(Falta confirmar se a referência é tirada do Diário de Lisboa ou do Diário)

sábado, 22 de maio de 2010

DeMille e a História

Os Dez Mandamentos, Cecil B. DeMille, 1956

O olho de DeMille é o da perspectiva artificialis herdada do Renascimento e Barroco. É um olho que traz a carga de uma tradição cultural transportada para o cinema. Para o melhor e para o pior, a América foi a terra onde a real thing foi mais valorizada ( Umberto Eco). Reina a ideia de que pode dar-se a ver os pormenores do passado como nunca ninguém viu, mostrar o more real than reality... . No melhor dos casos, tal concepção mostrou-nos coisas que nunca poderíamos ver e algumas delas estão mesmo no cinema. No pior dos casos, somos presenteados com a maior das traquitanas kitsch em forma de cópia fiel e absoluta, e vendida como sendo mais realista do que a própria realidade, o que também não deixa de ser extraordinário . The real thing, onde «cowboys convivem com faráos e as deusas gregas com gangsters.» A América apresenta-se como a terra onde o iconismo absoluto vingou e se apresentou como uma realidade muito mais do que a outra. É a terra do simulacro e simulação. O cinema de Hollywood reflectiu isto e, deste ponto de vista, o cinema de DeMille foi uma extraordinária máquina de reproduzir e representar o passado (a partir de uma efectiva e comprovada consulta de fontes que o realizador nunca se cansou de sublinhar...) e foi ao encontro de pulsões  essenciais no modo único dos norte-americanos verem o mundo...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Wagner em Tribschen

Tribschen, perto de Lucerna, Suiça - Casa de Wagner

«A festa de aniversário em Tribschen foi, nesse ano, extraordinariamente bela. Frau Cosima transformara toda a casa num jardim florido, e as quatro meninas, todas vestidas de branco, com grinaldas de rosas no cabelo, estavam colocadas em diferentes locais representando flores vivas. Cosima, com Siegfried no regaço, estava colocada no centro deste cenário. Às oito da manhã,os sons da Huldigungs Marsch chegaram do jardim onde se encontrava uma banda militar de quarenta e cinco figuras, vindas dos quartéis de Lucerna. A própria Frau Cosima dera-lhes instruções sobre o ritmo da música e, ao princípio, Wagner estava tão perturbado que não era capaz de proferir qualquer palavra.»
Nietzsche, Correspondência com Wagner

quarta-feira, 19 de maio de 2010

DeMille e A História do Dr. Wassel

Colecção de posters da Paramount Pictures

No conjunto da obra de DeMille, A História do Dr. Wassel  desempenha um papel muito especial. Inspirado na odisseia real de um médico naval, retido em Java durante o conflito da Segunda Guerra Mundial, é a única incursão de DeMille no universo do conflito, mas deve ser reconhecido como um grande filme no género.  A Art Direction ( Hans Dreier) e a Fotografia ( Victor Milner) são belíssimas, enquadrando cenas gigantescas de movimentação de massas que DeMille já estava longamente habituado a filmar. O filme é de 1944 e é forçoso destacar o papel principal que coube a Gary Cooper.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Wagner e Veneza

Nos últimos anos de vida, Wagner adquiriu o hábito de ir passar os seus invernos na Itália, porque tinha dificuldade em lidar com o frio. Em Setembro de 1882, deixou Bayreuth pela última vez e foi para Veneza com a mulher e os filhos, instalando-se no Palazzo Vendramin ( já publiquei uma foto do palácio no blog), no Grande Canal, então propriedade do Duque della Grazia. A família Wagner ocupou uma suíte de dezoito aposentos, que foi decorada de forma magnífica. Wagner recebeu extraordinárias visitas nesses seus últimos dias: Liszt, o maestro judeu Hermann Levi (o primeiro a reger Parsifal), o pianista judeu Joseph Rubinstein (assistente musical de Wagner desde 1872), o pintor judeu Paul Jukovsky — durante toda a sua vida Wagner partilhou sempre a amizade de judeus — e ainda o compositor Engelbert Humperdinck. Como de costume, Wagner e Cosima passavam longos dias a ler os seus autores de eleição: Shakespeare, Goethe, Schiller e Calderón de la Barca. Às vezes Wagner tocava Bach ao piano .
Busto de Richard Wagner em Veneza

Na última visita que fez a Wagner, a 13 de janeiro de 1883, Liszt tocou uma peça que compôs de improviso, La Gondole Lugubre. Numa espécie de premonição, a peça representava a procissão de uma gôndola fúnebre pelos canais de Veneza e, exaxtamente um mês mais tarde, em 13 de Fevereiro, Wagner morreu subitamente de um ataque cardíaco, nos braços de Cosima e cercado pelos filhos. O seu funeral foi realizado em Bayreuth.

domingo, 16 de maio de 2010

De Mille e a História

Imagens de: North West Mounted Police, Reap de Wild Wind e Union Pacific ( actores da esquerda para a direita: Robert Preston, Paulette Goddard, Gary Cooper, P. Goddard e John Wayne, Barbara Stanwick e Joel Mcrea)


 A partir de 1939, dizia-se  que na América dos anos trinta se tinha reconquistado prosperidade sem grandeza, e saúde sem sentido de destino. Era, portanto, preciso ir buscar ao passado norte-americano o sentido faltava. DeMille investigou a história norte-americana  e realizou uma série de filmes notáveis: The Plainsman (1936), passado no final da Guerra Civil, The Buccaneer (1938), passado durante a Guerra de 1812 com Inglaterra, onde se conta a história do pirata J. Lafitte, Union Pacific (1939), sobre a chegada do caminho-de-ferro à California, North West Mounted Police (1940), passado na fronteira com o Canadá em finais do século XIX, Reap the Wild Wind (1942), sobre o negócio dos cargueiros no Atlântico em meados do século XIX, The Story of Dr. Wassel (1944), sobre a presença norte-americana no Sudeste Asiático durante a 2.ª Guerra Mundial – inteiramente contemporâneo – e Unconquered (1947), passado na Virgínia, no século XVIII. Trata-se de um verdadeiro corpus para uma  investigação sobre representações da história norte-americana. Depois do passado longínquo, DeMille regressou aos founding fathers, os pioneiros norte-americanos , assumindo em pleno o significado ideológico do título da célebre obra de F. J. Turner, The Significance of the Frontier in American History, publicado em 1893. A nação americana assumia-se em terras de fronteira e esse era o grande tema de DeMille. Ao mesmo tempo, o realizador assumiu também o ponto de vista de que parece nunca ter abdicado: o de contar a história fundadora da nação norte-americana como a da instauração de uma moral. Nesse sentido, Sansão e Dalila e Os Dez Mandamentos, projectando de múltiplas formas o filão moralizador, vão aparecer como obras-primas, excessivas, obras de arte totais que unificaram esta visão de forma exemplar.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nietzsche contra Wagner



Hoje vou deixar aqui uma citação de Nietzsche, retirada da sua obra Nietzsche contra Wagner , escrita entre 1888-1889 e publicada em 1895. É uma citação que precisa de ser bem contextualizada na evolução do caso Wagner-Nietzsche, mas deixo-a aqui como provocação para que façam comentários à vontade.
Ei-la:
«Quando uma pessoa vai a Bayreuth, deixa-se a si mesma em casa, renuncia ao direito de ter uma voz e uma opção próprias, ao seu gosto, até à sua coragem, tal como a gente tem e exerce, entre as suas próprias quatro paredes, em relação a Deus e ao mundo. Para o teatro ninguém leva consigo os sentidos mais refinados da sua arte,muito menos o artista que trabalha para o teatro - falta solidão, tudo o que é perfeito não suporta testemunhas... No teatro passa-se a ser povo, rebanho, fêmea, fariseu, massa eleitora ignara , padroeiro, idiota - wagneriano: aí, até mesmo a consciência mais pessoal sucumbe ao encanto nivelador do grande número, aí reina o próximo, aí passa-se a ser próximo...»
Alguém quer comentar as palavras do grande filósofo?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O «camp» em Sansão e Dalila

Victor Mature e Hedy Lamarr em Sansão e Dalila

Hoje, em tolerância de ponto, dedico um bocadinho do meu tempo a DeMille e volto ao genial filme de 1949, Sansão e Dalila. O sucesso de Sansão e Dalila foi retumbante na sua época e as principais produtoras colocaram logo nos seus calendários a produção de um filme bíblico . O filme marcava a irrupção de símbolos corporais tão fortes que o papel e o visual de Victor Mature se constituiu como referente longínquo de todo um género de filmes que fizeram sucesso décadas mais tarde: as séries Rambo e as séries dos super-heróis, nos anos 70 e 80 filiam-se em boa parte em Sansão e Dalila. Não é excessivo afirmar que o desempenho de Mature em Sansão e Dalila o transformou num objecto excessivo e artificial tão marcante que, como se sabe, não passou despercebido a Susan Sontag. Ao referir-se à «exaggerated he-man-ness» de Sansão, Sontag viu nele um exemplo acabado de camp.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pensamentos - Wagner

Hoje não há texto, mas resolvi divulgar três pensamentos de Richard Wagner.
Ei-los:

                                                   « A imaginação cria a realidade.»

                                          «Escrevo música com um ponto de exclamação!»

                                       « Nunca olhem para os trombones, isso só os encoraja.»
Richard e Cosima Wagner com Liszt e Hans v. Wolzogen no "Wahnfried" em 1880.
W. Beckmann, ca 1880

domingo, 9 de maio de 2010

Wagner e Veneza

«Uma noite sem sono, em Veneza, pus-me à minha varanda por cima do Grande Canal: a cidade mágica de lagunas estendia-se na escuridão perante mim como que num sonho profundo. Então, no grande silêncio, elevou-se, potente, o apelo plangente e rouco de um gondoleiro que acabava de erguer-se no seu barco; várias vezes ainda ele se lançou na noite, até que, lá bem longe, na extensão do canal nocturno, o mesmo apelo lhe respondeu: eu reconheço a velha frase melódica tão pesada de tristeza sobre a qual já Tasso tinha escrito os conhecidos versos, mas que data seguramente de tão longe como os canais e a população de Veneza» In: Beethoven, de Richard Wagner
Ca' Vendramin Calergi ( casa de Wagner em Veneza, hoje um casino municipal)

sábado, 8 de maio de 2010

Wagner e o Teatro

Tannhauser e Vénus, Sandor Mayer Liezen, 1875

A possibilidade do renascimento de uma cultura trágica na sociedade do seu próprio tempo foi uma das perspectivas fundamentais do pensamento de Wagner quando escreveu A Arte e a Revolução(1849), A Obra de Arte do Futuro(1849) e Ópera e Drama(1851).  Wagner cultivou nesssa época uma visão mais pragmática da arte, associada a um projecto de transformação política e de superação do cristianismo. No entanto, a partir de 1854, inspirado por Schopenhauer, Wagner passou a considerar a arte de um ponto de vista metafísico, lugar de uma ascese e exercício de resignação e renúncia, bem como possibilidade de acesso a um mundo superior e supra-sensível. Em 1870, registou no seu ensaio  Beethoven  essa nova perspectiva téorica. A arte, que até então tinha se revelado uma actividade naturalmente relacionada com a política e a revolução, passa a ser intuída como uma forma idealista de redenção em relação ao mundo...

Wagner e o Teatro Grego

Delfos, Teatro
«O drama grego, entendido como obra de arte perfeita, era a síntese de tudo o que na essência grega havia de representável. Era a própria nação grega que, em íntima ligação com sua História, se confrontava consigo mesma na apresentação da obra de arte, se apreendia e, por assim dizer, se alimentava de si mesma com o mais elevado prazer durante aquelas escassas horas.» Richard Wagner, A Arte e a Revolução

Para Richard Wagner, a arte grega representaria o completo oposto da ópera moderna, submissa a Mercúrio, o deus dos comerciantes e símbolo “estético” característico de uma sociedade baseada no lucro. Segundo Wagner, os gregos teriam desenvolvido uma cultura onde a arte estaria no centro da vida social, desenvolvendo-se a cultura artística grega em toda sua plenitude porque teria sido ao mesmo tempo a construção da própria comunidade grega como expressão da pólis.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As encenações de Otto Schenk

O Metropolitan habituou-se a ter, como muitos teatros, produções wagnerianas modernísticas. Mas a reposição, em 2009,  do Anel do Nibelungo com encenação do vienense Otto Schenk, causou uma tremenda ovação. Schenk é um mestre em produções old fashioned, e a sua interpretação da Tetralogia foi introduzida em 1987, dando origem a uma produção completa do Ring no Met.
Em 2009, os norte-americanos decidiram-se pela reposição desta versão de culto, antes de, em 2010, introduzirem um novo Ring, desta feita com encenação do director canadiano Robert Lepage. Foi, portanto, a última oportunidade ver o Schenk Ring ao vivo, depois de uma década em que se tem visto de tudo: Ring's da era industrial, Ring's sci-fi, Ring's abstractos, Ring's jungianos. Nesse contexto, a encenação de Schenk tem sido considerada a mais fiel às concepções wagnerianas, num trabalho em que Schenk foi coadjuvado pelo projection designer Günther Schneider-Siemssen, e pelo costume designer, Rolf Langenfass, proporcionando uma recriação riquíssima, neo-romântica, inspirada em desenhos para uma encenação de 1897 feita para ser realizada em Bayreuth, a matriz de todos os «Anéis» do Nibelungo...

Rheingold, Metropolitan, encenação de Otto Schenk

As encenações de Otto Schenk


Hoje dedico um bocadinho ao actor , director e encenador austríaco Otto Schenk, nascido em Viena em 1930.
Ouvimos um pedaço de Siegfried, produção do Met, 1990, Direcção musical de James Levine, encenação de Schenk, com Siegfried Jerusalem no papel de Siegfried ( claro!) e James Morris como Wotan.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

As encenações de Nikolaus Lehnhoff


Uma grande versão de Parsifal foi esta realizada no Festival de Baden Baden, em 2004. Alguns nomes de referência: Kent Nagano na direcção musical, Thomas Hampson no papel de Amfortas, Waltraud Meier no de Kundry, e Christopher Ventris em Parsifal. Matti Salminen foi Gurnemanz. A encenação foi de Nikolaus Lehnhoff. Enfim, 5 estrelas... foi uma produção gravada ao vivo e a crítica considerou-a um marco na moderna encenação wagneriana.
Disse Friedrich Hölderlin( Lauffen am Neckar, 20 de março de 1770 — Tübingen, 7 de junho de 1843), poeta lírico e romancista alemão:
« A feliz unidade, o Ser, no sentido singular da palavra, está perdido para nós(...) dissociámo-nos da natureza, e aquilo que outrora (...) era Uno, está agora em desacordo consigo, e domínio e sujeição alternam entre os dois lados»
Esta matéria é a de Rheingold ,  prólogo de O Anel do Nibelungo.

Encenação de Rheingold , Joaquim Shamberger, para a Indianapolis Opera.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Cecile B. Demille 1956


Algumas imagenzinhas que não conhecia de Cecil B. DeMille... é coisa pouca, mas merece um post...

As encenações de Peter Konwitschny

Peter Konwitschny é um dos nomes de referência do panorama da encenação operática actual. A sua carreira conheceu consagração internacional alargada após a queda do Muro de Berlim e, embora tenha sido várias vezes premiado, o seu nome  também se encontra associado a algumas das polémicas do costume em matéria de encenação que, quando tiver oporunidade, comentarei aqui. A partir dos anos 90, começou a encenar Wagner: Parsifal (1995, Opera Estatal da Baviera), Tannhäuser (1997, Dresden Semperoper), Lohengrin (1998, Ópera Estatal de Hamburg ), Tristan und Isolde (1998, Opera Estatal da Baviera), e um aplaudido Götterdämmerung (2000, Ópera Estatal de Stuttgart). Voltou a Hamburg onde dirigiu Os Mestres Cantores de Nuremberga e, em 2004 dirigiu  Der fliegende Holländer , de Wagner, no Bolshoi em Moscow. Desde  Agosto de 2008 Peter Konwitschny é o director principal da Leipzig Opera. Em Portugal, encenou La Bohème em S. Carlos e vamos tê-lo a encenar Eugene Onegin, de Tchaikowsky, em Junho. Há uma certa expectativa no ar... deixo-vos aqui com uma imagem de uma célebre encenação que Konwitschny realizou de Lohengrin e, os puristas que perdoem ao encenador e a mim que estou a publicar o post,  tudo se passava numa sala de aula...

sábado, 1 de maio de 2010

As encenações de Stefan Herheim

Stefan Herheim                        Clip de Tannhäuser, Oslo
Hoje há mais um pequeno comentário a encenações wagnerianas: ultimamente tem-se falado muito de Stefan Herheim, um encenador norueguês ( com origens germânicas), de 40 anos, que tem vindo a proporcionar uma grande revisão na encenação das óperas de Wagner. As suas desconstruções têm dado que falar: em Bayreuth, 2008,  fez um Parsifal que foi muito gabado, embora controverso. Depois, falou-se muito no Lohengrin que fez com Daniel Barenboim, em Berlim, 2009. Mais recentemente apresentou um Tannhäuser surpreendente em Oslo. É um nome a seguir com atenção: segundo apurei da leitura do Guardian, o Covent Garden devia pôr o olho nele para o contratar...

http://www.guardian.co.uk/music/2010/apr/29/stefan-herheim-wagner-opera

Victor Mature em «Sansão e Dalila»

Hoje continuo a comentar Sansão e Dalila, desta vez a paropósito de Victor Mature. No filme Sansão e Dalila; Cecil B. DeMille assumiu mostrar representações do corpo masculino. A imagem de Sansão como estereotipo dessa opção apresentava-se de forma incisiva, remetendo para os padrões de masculinidade da época e bebendo assumidamente em representações pictóricas anteriores do tema de Sansão, onde essa componente estava quase invariavelmente presente: Rembrandt, Rubens, Solomon e Doré. DeMille e a produção do filme resolveram evidenciar esse aspecto de tal forma que fosse ao encontro do gosto de um público vasto e mais jovem do pós guerra, e de tal forma que pudesse render bem. Victor Mature (1913-1999), de grande porte físico, destacou-se nesta vertente e salientou-se como actor principalmente após a 2.ª Guerra Mundial. Os papéis em Paixão dos Fortes, de John Ford, em 1946, e O Beijo da Morte, de Henry Hathaway, foram os seus trabalhos mais consagrados. Em 1949 foi contratado para o papel principal de Sansão e Dalila e, posteriormente, desempenhou papéis do género em vários filmes:  A Túnica, de Henry Koster, em 1953; Demétrius o Gladiador, de Delmer Daves, em 1954; O Egípcio, de Michael Curtiz, em 1954. Até ao aparecimento de Charlton Heston, Mature foi indubitavelmente a estrela dominante dos filmes épicos e bíblico que vigoravam em Hollywood.