Hoje regresso a Sansão e Dalila, de Cecil B. DeMille. Dalila é uma criação literária que penetrou na cultura ocidental como poucas, sofrendo todo o tipo de interpolações e alcançando uma fama extraordinária na cultura popular: muito antes de Cecil B. DeMille, o tempo e o imaginário construiram longamente a representação de Dalila, desde que a sua figura apareceu representada numa igreja românica em França. De Mantegna a Morone ou Rembrandt, Doré ou Solomon, tudo se lhe acrescentou. E não podemos esquecer as recriações extraordinárias que resultaram na oratória Sansão, de Haendel, ou na ópera Sansão e Dalila, de C. Saint-Saens. Deixo aqui algumas imagens e momentos musicais que espero que gostem...
Em cima, Sansão e Dalila, do virtuoso Andrea Mantegna( Vicenza, 1431-Mântua 1506), pintor do Veneto. Mantegna introduziu vários símbolos na pintura que não se encontram no relato bíblico: a videira, a fonte, o ramo cortado, que permitem o estabelecimento de ligações com outras passagens bíblicas.
Mais acima, Sansão e Dalila, do veronês Francesco Morone ( 1471-1529) - o autor foi mais fiel ao relato bíblico, e retirou à narrativa qualquer dramaticidade adicional. Dalila, tal como a paisagem, apresenta um semblante harmonioso.
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