sábado, 15 de março de 2014

«Prometheus», de Ridley Scott e a essência do Capitalismo...





No genial filme «Prometheus» de Scott, diz a certa altura a arqueóloga (uma Noomi Rapace excecional) para o mercenário pago para a defender no planeta dos misteriosos «engenheiros»:
-Isto é uma expedição científica. Não queremos aqui armas…

Espantosa, a confusão entre liberdade científica/ de escolha e capitalismo. Ela é uma crente, a denominada cientista boazinha que acredita que a ciência é uma coisa abstrata que paira acima de quem a paga… e não quer ali armas, porque está acima disso, está a fazer algo em prol da humanidade. Acredita nisso, e está a pô-lo em prática.

Na verdade, início deste filme é uma lição brilhante sobre a essência brutal do capitalismo. O fantasma do pensamento de Adam Smith e a sua deusa da iniciativa privada ( Charlize Theron, a ricaça Meredith Vickers) erguem-se em todo o seu esplendor quando Vickers  revela aos honestos cientistas Elisabeth e Charlie que se ela pagou aquilo tudo, é ela que define a agenda da expedição. Eles não passam de funcionários, só têm de lhe obedecer. Se queriam a agenda deles, tivessem pago…

A lógica é infalível. Ouço-a diariamente na boca do Medina Carreira e do idiota do Camilo Lourenço. (é claro que a Charlize é mais bonita e convincente…) Quem nos paga o salário é que manda. Nós temos de obedecer.
Esta é a verdadeira face da liberdade de escolha no capitalismo.
Quem paga, manda e escolhe.
Quando é que começamos a desmontar esta lógica fascista?

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