Blogue dedicado a Richard Wagner, a Cecil B. DeMille, a Tolkien, à 7.ª Arte e a outras coisas de cultura, editado por Elsa Mendes desde 15 de Abril de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
Richard Wagner e Baudelaire
Richard Wagner em Paris
Charles Baudelaire (1821-1867) não era um músico, embora conhecesse Beethoven e Carl Maria von Weber. A ideia de obra de arte total ("Gesamtkunstwerk") mereceu a sua admiração. Ainda antes de ouvir a música de Wagner, Baudelaire leu revistas e ensaios sobre o compositor alemão e, nos anos 60, escreveu o seu ensaio "Richard Wagner et Tannhäuser à Paris"(1861), e reagiu de forma apaixonada à música de Wagner: "Music engulfs (possesses) me like the sea". No ensaio reconheceu não ser expecialista em música, mas rende-se a Wagner:
«Aucun musicien n'excelle, comme Wagner, à peindre l'espace et la profondeur, matériels et spirituels…Il possède l'art de traduire, par des gradations subtiles, tout ce qu'il y a d'excessif, d'immense, d'ambitieux, dans l'homme spirituel et naturel. Il semble parfois, en écoutant cette musique ardente et despotique, qu'on retrouve peintes sur le fond des ténèbres, déchiré par la rêverie, les vertigineuses conceptions de l'opium.»
Depois de ouvir três concertos de Wagner em Paris em 1860, escreveu ao compositor:"I had a feeling of pride and joy in understanding, in being possessed, in being overwhelmed, a truly sensual pleasure like that of rising in the air".
Os seus escritos contribuiram decisivamente para o desenvolvimento do wagnerismo nas décadas seguintes.
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