Cecil B. DeMille
The Crusades (1935), Cecil B. De Mille
Blogue dedicado a Richard Wagner, a Cecil B. DeMille, a Tolkien, à 7.ª Arte e a outras coisas de cultura, editado por Elsa Mendes desde 15 de Abril de 2010
No início de Os Dez Mandamentos destaca-se um plano de expressão fortíssima, no uso do laranja e vermelho, no uso das diagonais, na irrealidade assumida da construção da imagem e no seu conteúdo claro: centenas de escravos puxam lentamente cordas presas a uma colossal estátua de um faraó. A escravidão de Israel é o tema de fundo do filme, e constituiu-se como matéria para um imaginário representado na arte europeia, deixando forte impressão em artistas da Catalunha no século XIV, dum mestre flamengo no século XV às ilustrações bíblicas dos reformistas protestantes [1], até ao século XIX onde, por exemplo, em Israel in Egypt, do pintor inglês Sir Edward Pointer (1836-1919), o tema foi representado com características estéticas e recriação de ambientes mais próximos dos que o próprio DeMille procurou reproduzir: somos imediatamente subjugados pela força de uma imagem que que o protagonismo é o das massas que estão sob o chicote. Nada mais é representado para destacar a força da visualidade.